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1968 - O ano que não terminou

Zuenir Ventura
 
Olá Pessoal, tudo bem?

Hoje vamos conversar sobre esse livro reportagem que nos conta o que aconteceu nesse ano tão importante e emblemático para a história do Brasil e eu li esse livro para o projeto: Lendo a Ditadura. Esse projeto foi criado pela Paula do blog Pipa não sabe voar, o projeto foi motivado pelas últimas manifestações onde vimos algumas pessoas pedindo pela volta da ditadura, nesse projeto diversos blogueiros e booktubers estão lendo ou assistindo filmes sobre esse período histórico e discutindo a ditadura em posts e vídeos.

O ano de 1968 foi repleto de eventos importantes para história não só no Brasil, mas no mundo todo, um dos episódios internacionais mais citados no livro são as manifestações dos estudantes na França. No Brasil estávamos vivendo na ditadura militar desde o golpe de 64, no entanto, apesar do governo não democrático, ainda não se admitia a ditadura. Mas, mesmo as pessoas que apoiaram o golpe militar já começavam a duvidar do governo.

O livro começa descrevendo uma festa de réveillon na casa do casal Buarque de Holanda e já nessa festa temos uma amostra de como o Brasil se encontra dividido e não apenas em quem apoia o governo ou não, mas entre os chamados de esquerda também há muita divisão.

O livro retrata bem o movimento estudantil brasileiro traçando os perfis dos principais lideres e mostrando como cada grupo e subgrupo tinha suas convicções e seu modo de operação. Os estudantes queriam uma reforma completa no sistema universitário, porém, a politica também já havia se introduzido dentro do movimento a ponto dos estudantes pensarem que era deles a reponsabilidade de conduzir a revolução e guiar operários e camponeses.

O livro é contado de maneira cronológica e o autor tem uma forma de escrita que desperta o interesse, conforme ele vai contado você percebe uma crescente de tensão que toma conta do pais e acaba culminando na promulgação do AI-5 que levou a ditadura para um outro nível de dureza e violência.

Alguns eventos importante são retratados no livro. Durante um enfrentamento com a policia um estudante é morto no Rio de Janeiro, Edson Luís, ele não era um líder ou um membro importante do movimento, mas foi a partir da morte desse estudante que o país começou a acordar para o que estava acontecendo, foi com a morte desse estudante que a associação de mães, artistas, jornalistas e outros se juntaram ao movimento estudantil. E o que acontece no dia da missa de sétimo dia, estudantes massacrados pela policia, a atitude do clero protegendo os estudantes, é impressionante. E como consequência direta dessa morte aconteceu a passeata dos cem mil.

Outro evento de extrema importância foi a invasão de um sitio onde estava ocorrendo o congresso da UNE e relato do que acontece, principalmente, a família do dono do sitio é chocante, foram perseguidos, torturados e perderam tudo. O pai foi torturado enquanto a família (incluindo as duas filhas pequenas) escutavam. Durante o evento, a mãe se impressionou com um estudante que estava com o ventre aberto e no entanto, se preocupava com as crianças e sabe quem era o prisioneiro Fernando Gabeira.

Uma coisa que eu não sabia era sobre o conservadorismo de Nelson Rodrigues e a suas crônicas estão repletas de comentários ácidos com relação a esquerda e aos estudantes.

A participação dos artistas nas manifestações também é importante e o relato do que aconteceu ao elenco a peça roda-viva é um exemplo de como o governo e a policia agiam durante esse período.

O livro é fruto de anos de pesquisa do autor, baseado em depoimento e documentos, como os relatórios de espiões da CIA e outros. Achei muito interessante e me trouxe uma visão mais completa desse período da história do nosso país.

Livro: 1968 - O ano que não acabou
Autor: Zuenir Ventura
Editora: Objetiva
Ano: 2013
309 páginas

Leiam, se informe temos que aprender com o nosso passado e nossa história, não deixem um momento politico, econômico difícil fazer nos crer que qualquer tipo de ditadura é melhor do que o sistema democrático.

Você que gosta de protestar seja nas timelimes da vida ou batendo a panela por aí é seu direito, exerça-o, mas lembre-se que você só tem esse direito porque bem ou mal vivemos em uma democracia e se 68 voltasse a acontecer, com certeza não estaríamos conversando sobre isso por aqui ou em qualquer lugar.

Por hoje isso,

Se você já leu esse livro ou quer conversar mais sobre o assunto, vamos conversar nos comentários.

Abraços,

Dani Moraes



 

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6 comentários:

Vidas em Paginas disse...

Ola, Dani o blog tem instagram para eu poder seguir você?

Unknown disse...

Oi Cantinho do Coração,

Temos sim é DaniMoraes02 abri recentemente e preciso colocar o plug in aqui no blog.
Bjus,

Dani Moraes

Evandro disse...

Infelizmente, quem mais precisa ler este livro, vai taxá-lo de comunista petralha e vai continuar propagando ideais que fariam tio Adolf sorrir de orelha a orelha. =/

Unknown disse...

Evandro,
Fazer o que ? Vamos tentar divulgar e discutir o máximo possível que é o que podemos fazer no momento. Quem sabe não conseguimos pelo menos despertar a curiosidade em alguma dessas pessoas.

Anônimo disse...

Muito bom comentario sobre o livro.

Unknown disse...

Muito obrigada Nilton.
Bjus,

Dani Moraes

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