Post Icon

Diário de Leitura - Os miseráveis #5 (pag. 798)


Olá Pessoal,
Hoje vamos conversar mais um pouco sobre: Os miseráveis - Victor Hugo. Para quem é a primeira vez que estava vendo esses posts aqui no blog eu estou lendo esse livro que é um pequeno calhamaço, porém de maneira bem pausada, um pouco por mês e sempre que eu li uma quantidade de página razoáveis eu venho aqui e comento com vocês. Aqui você pode conferir os post anteriores. Lembrando que nesse posts a ideia é comentar um pouca mais a fundo, por isso tem sim spoilers.

Dessa vez a leitura foi da página 633 até 798, englobando 4 livros e encerramos a parte Cosette. Os livros são: Caça tenebrosa, matilha silenciosa; Petit-Picpus; Parêntese e Os cemitérios recebem o que lhes dão.

No ultimo post conversamos um pouco sobre a nova vida que Jean Valjean e Cosette passaram a ter juntos disfrutando de um carinho e intimidade que nunca tinham tido antes na vida, porém Javert aparece novamente para complicar a história.

Em Caça tenebrosa, matilha silenciosa será relatado de forma detalhada a fuga de Jean Valjean e sua companheira Cosette pelas ruas de Paris, enquanto Javert os perseguem. Novamente podemos ver o quão fisicamente hábil é Jean, mas principalmente o quão inteligente e esperto ele pode ser, encontrando escape em uma situação que para muitos parecia perdida. A personalidade de Jean é sempre uma grata surpresa, pois se no começo do livro ele parecia um ser embrutecido pela vida depois de seu contato com o Bispo Bienvenu e a mudança que esse encontro operou em seu interior ele teve condições de se tornar esse homem ao mesmo tempo decidido e capaz de encontrar uma saída nas situações mais desesperadoras.

O escape encontrado foi entrando em uma grande propriedade que o mesmo não conhecia e não sabia do que se tratava e nesse lugar tão misterioso Cosette acaba adoecendo com o frio que precisou suportar. No afã de conseguir ajuda para Cosette Jean reencontra aquele homem que ele tirou de debaixo de uma carruagem a muitos anos quando ainda era o Sr. Madaleine e aquela história de que uma boa ação leva a outra funciona nesse caso.

No final descobrimos como Javert por ter perdido a chance de prender Jean.

Petit-Picpus: Esse capítulo inicia uma longa digressão do Victor Hugo, a história para exatamente onde estávamos com Cosette doente e Jean nas dependências do convento, o que é expressamente proibido e vamos ver uma descrição detalhada do convento e dos costumes da ordem. Na verdade as irmãs desse convento pertence a uma daquelas ordens e regras extremamente rígidas.

"Obediência, pobreza, castidade, clasura; eis aí seus votos, extremamente agravados pela regra."

Descobrimos que naquele convento há perpetua adoração ao santíssimo com uma das irmã sempre em oração. A vida no convento é dura e se há algum consolo e alegria para aquelas mulheres, a mesma é expressa na própria fé. Descobrimos que no convento também funciona uma escola com regras quase tão severas quanto do próprio convento. Também nos é descrito o pequeno convento, um prédio nas dependências do terreno onde freiras de várias congregações dividem o mesmo teto respeitando suas próprias regras e doutrinas. E assim vamos conhecer toda a história do convento, o que me leva a crer que ele terá uma importância muito grande na história.

"Falamos desse lugar singular detalhada mas respeitosamente, tanto quanto é possível conciliar respeito e detalhes. Não compreendemos tudo, mas não insultamos coisa alguma. Estamos a igual distância do hosana de Joseph de Maistre, que chega a consagrar o carrasco, e do riso de Voltaire, que chega a zombar do crucifixo."

Parêntese: É bem interessante a citação acima que esta em uma das ultimas páginas do Livro Petit-Picpus, pois no presente capitulo Victor Hugo vai discutir o porque o claustro é uma instituição ultrapassada e mesmo nociva para a sociedade atual.

"As comunidades monásticas estão para a grande comunidade social como o parasita para uma árvore ou a verruga para o corpo humano. Sua prosperidade e nutrição representam o empobrecimento de toda uma região."

Os argumentos são bem interessantes, ele diz que os monastérios foram bem úteis na antiguidade para reduzir a brutalidade do ser humano, mas que hoje isso é um retrocesso por cercear tantas mentes que poderiam estar produzindo muitas coisas pelo mundo, mas estão em conventos. Especialmente porque nessa época era muito comum que quando uma pessoa incomodava a sociedade, seja por seus pensamentos ou comportamento a mesma seria trancafiada em um convento. E geralmente essas pessoas inconformadas e de comportamento estranho para sua época é que fazem a evolução da humanidade continuar.

Eu entendo o argumento do autor, mas acho que cada um tem o direito de escolher como vai viver a sua vida e não acredito que um convento ou monastério possa prejudicar a humanidade, mas também concordo com tudo que ele disse sobre as pessoas ao qual esse destino era imposto e isso realmente é um abuso.

"Supertições, bigotismo, hipocrisia, preconceitos, larvas, pois não passam de larvas, são extremamente agarrados à vida, têm dentes e unhas em sua vaidade, e é preciso combate-los corpo a corpo e fazer-lhes guerra sem trégua; porque uma das fatalidades da humanidade é ser condenada ao eterno combate de fantasmas. É difícil agarrar a sombra pelo pescoço e destruí-la."

Em  Os cemitérios recebem o que lhes dão  vamos acompanhar toda a desventura para que Jean consiga se manter no convento.
E que aventura foi essa com direito a morto de mentira e tudo.

Bom por hoje é isso e até a próxima.

Abraços,

Dani Moraes

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Postar um comentário