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Diário de leitura - Os miseráveis #2 (pag 251)

Victor Hugo

Olá pessoal, tudo bem?

Hoje eu vou dar seguimento ao meu diário de leitura de "Os miseráveis" e espero que vocês estejam gostando desses posts tanto quanto eu. Dessa vez eu li das páginas 111 à 251 que contemplam 3 livros (A queda; Durante o ano de 1817 e Confiar é, por vezes, abandonar).

Em A queda somos apresentados a Jean Valjean que até eu que não conheço nada da história (não li nenhuma adaptação, não assisti filmes e nem nada) sei que é importante para história. Ele chega a Digne e vemos esse personagem ser hostilizado pela população e não entendemos bem porque e aos poucos vamos descobrindo o que aconteceu. O jeito que a narrativa é escrita te deixa extremamente ansioso para saber porque ele esta sendo tão hostilizado. E adivinhem só quem é o único a acolher Jean Valjean, a despeito de tudo e de todos D. Bienvenu, o bispo de Digne, que nos foi apresentado no primeiro livro.

O Jean é um ex-galeta, ou seja, ele ficou preso, obrigado a fazer serviços pesados em uma galheta. Mas o mais triste e desesperador é o porquê dele ser preso, e por aí já começamos a entender o clima do livro e o seu titulo.

Na página 145 tem uma parte muito interessante onde se discuti a diferença entre o bandido da cidade e o do campo, eis aqui:

"O caçador furtivo vive nas florestas; o contrabandista, nas montanhas ou no mar. As cidades produzem homens ferozes justamente porque os corrompem. A montanha, o amar e as florestas tornam os homens selvagens, desenvolvendo-lhes o lado mais animalesco, mas, quase sempre, sem destruir-lhes o lado humano."

Outra discussão bem interessante desse livro é se o homem que essencialmente bom, pode mudar completamente a sua essência por causa de injurias e injustiças sofridas. O quanto ele pode passar a odiar essa sociedade que foi tão dura consigo.

"Pode um coração deformar-se e contrair infâmias e doenças incuráveis sob a pressão de uma desgraça desproporcionada, como a coluna vertebral que se dobra ao passar por um arco demasiadamente baixo?"

"A cólera pode ser louca e inconsequente; pode a gente irritar-se sem motivo; mas a indignação só é possível quando se está de algum modo com a razão..

Estou tentando comentar com vocês, mas sem contar toda a história, por isso, para encerrar esse livro o Jean foi punido de maneira desproporcional, no entanto, ele acaba ferindo a única mão que lhe foi estendida, mas um acontecimento o leva a um momento de epifania.

O  livro Durante o ano de 1897 começa com um capitulo que contextualiza a sociedade da época, nos comentários do livro tem uma nota dizendo que um dos grandes estudiosos de Vitor Hugo escreveu mais de quatrocentas páginas somente sobre esse capitulo, porém para mim, me pareceu enfadonho, são muitas referencias a sociedade da época e se não fosse as dezenas de notas de rodapé não teria entendido nada.

Na sequencia somos então apresentados a quatro jovens e suas "amantes", elas são como diria antigamente "mulheres da vida" e a maneira que somos apresentadas a eles é muito interessante são eles: Félix Tholomyès, Listolier, Fameuil e Blachevelle e as garotas eram: Favourite, Dahlia, Zéphine e Fantine uma delas era chamada de caçula (Fantine) e outra idosa (Favourite). As três primeiras tinham mais experiência naquela situação, já para Fantine aquela era a primeira vez e amava verdadeiramente Tholomyès.

Interessante esse Tholomyès é o mais velho, o líder e o mais filosofo do grupo e ao mesmo tempo é um despreocupado que parece pensar só em si.

"Sábio é aquele que é capaz de trancafiar-se no momento preciso."

A maneira que Fantine é apresentada é bem clássico da heroína romântica, ou seja, apesar de ser uma prostituta, se veste castamente, é seria, tentou se  manter pura enquanto pode e não escolheu estar naquela situação, em contraponto, as outras garotas são retratadas como mais velhacas e até frívolas. A melhor frase é quando o autor explica porque Dahlia foi por essa vida:

"O que arrastou Dahlia a Listolier, aos outros, talvez à ociosidade, enfim, era possuir unhas tão lindas. Como trabalhar sem estraga-las? Quem quer conservar-se virtuosa não pode ter dó das próprias mãos."

Então ele segue relatando essa relação e os passeios no campo e etc, mas já bem no finalzinho vai acontecer uma coisa que vai mudar o rumo dessa "relação".

Tem uma parte sobre o parisiense, pois o chefe da policia disse que os parisienses não passavam de "bons canalhas", mas o autor faz toda uma reflexão mostrando que a força de qquer revolução é o povo e que se tratando de defender a pátria gatinho se torna leão.

Confiar é, por vezes, abandonar: é um livro pequeno focado na Fantine, que descobrimos que teve uma filha do Tholomyès e depois do que aconteceu não tem outras escolha a não ser procurar trabalho em outras cidade. E acaba deixando a sua Cossette com uma família de estalajeiros. A mãe envia dinheiro para a criança todos os meses, porém mesmo assim, a família a trata muito mau e a menina que se torna uma gata borralheira.. bem cinderela.

Continuo gostando muito da leitura, gosto da escrita do Vitor Hugo. Não esta rendendo o quanto eu gostaria, mas é porque estou lendo muita coisa ao mesmo tempo (para variar), além do que, estes dias estou tendendo mais a leituras mais leves.

Espero não demorar tanto para voltar.

Se você já leu ou pretende ler os miseráveis deixa nos comentários.

Até a próxima,

Daniela Moraes

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